MAGNUM
Tomando a posição do Charger R/T,
o Magnum
se tornava o mais caro e luxuoso modelo da linha Dodge. Suas soluções
estéticas chamavam atenção e lhe garantiam mais harmonia.
O modelo contava com teto de vinil, calotas raiadas, faixas com friso
lateral, vidros Ray ban e acabamentos nos vidros laterais traseiros, visando
proporcionar mais privacidade aos passageiros.
Como nos Dart/Charger ele poderia vir equipado opcionalmente com transmissão
automática de três velocidades, substituindo o cambio de
4 marchas de série. A partir de maio 79 o câmbio automático
recebia o novo sistema LockUp, mais eficiente. O Magnum vinha equipado
com rádio AM/FM e toca fitas, ar condicionado - opcional -, bancos
individuais em veludo acrílico, e três opções
de cores para o interior (bege, azul ou cinza). Seu motor, devido a descarga
dupla, possuía a mesma potência e desempenho
do Charger, gerando 205 cavalos contra 198 cavalos do Dart e Le Baron.
A partir de agosto de 1979, a Chrysler coloca uma novidade à disposição
do comprador, um novo e inovador opcional: o teto solar. Este raro acessório
não só completava o Magnum, como dava mais conforto ao proprietário.
De acionamento elétrico, o teto solar permitia fácil manuseio
e conferia ainda mais status ao novo carro. Com muito luxo e estilo, o
Magnum obteve o titulo de "Carro Status do Ano" (algumas unidades
chegaram a receber um adesivo
de comemoração na tampa do porta-luvas).
LE
BARON
Uma nova versão, similar ao Magnum, porém
de 4 portas, era lançada: nascia o Dodge
Le Baron. Este modelo tinha o objetivo de preencher uma lacuna do
mercado nacional, onde faltavam veículos imponêntes e elegantes.
O Lebaron nasceu para ser um concorrente direto do Ford Landau e dos Alfa
Romeo. Para atender as necessidades de uma clientela mais seleta, seu
visual era um pouco mais sóbrio. Possuía vinil cobrindo
todo o teto, calotas elegantes (porém discretas) e apenas um friso
percorrendo toda a lateral, mas sem o uso de faixas como o Magnum.
O conforto era a sua principal característica,
e para isto, o Lebaron recebia o mesmo acabamento do Magnum. No interior,
diferenciava-se apenas pelo banco
inteiriço, que foi concebido para acomodar seus passageiros
o mais confortavelmente possível. Possuía câmbio de
três marchas na coluna (opcional automático) e os demais
opcionais disponíveis no Magnum, com exceção do teto-solar.
Seu
motor possuía 198 cavalos, 7 a menos que o Magnum, devido à
adoção de descarga de saída única, que apesar
da perda de potência, diminuía o custo de produção
e os ruídos do motor.
CHARGER R/T
Precisando
de novo fôlego e ainda fortemente influenciado pelas tendências
norte-americanas, o conhecido esportivo Charger R/T também
recebeu grandes mudanças para 1979. Uma nova frente e traseira
(similar ao Magnum) lhe diferenciava bastante dos modelos anteriores,
perdendo até mesmo sua coluna traseira "alongada" e teto
de vinil. O Charger era um modelo procurado por consumidores exigentes
que queriam unir esportividade, alto desempenho e as características
de um automóvel de luxo. Com as mudanças estéticas
externas e internas, o novo
Charger R/T 1979 atendia novamente ao seu público. Seu novo
visual reascendeu o interesse do consumidor brasileiro e chegou inovando:
pela primeira vez no Brasil um automóvel recebia rodas de liga
leve de série. Eram adotadas também, persianas laterais
e pintura em dois tons contrastando com a cor adotada. O novo visual externo
deixava de lado as faixas laterais decorativas do R/T, uma solução
de acabamento esportivo considerada fora de moda em 79. Seu
interior fora redesenhado, ficando similar ao do Magnum. Porém,
ele abandonava o uso das forrações em couro - algo questionado
por muitos compradores - passando a utilizar o mesmo tecido em vinil acrílico
da linha. Outro fator lamentável foi a retirada do conta-giros
do painel (pré-requisito para versões esportivas). Mesmo
com a nova calibragem da suspensão, suas características
de dirigibilidade se conservaram. Sua mecânica confiável,
aliada ao inseparável câmbio de quatro marchas, continuavam
lhe garantindo desempenho e muito tormento para as conhecidas versões
Opala SS e Maverick GT disponíveis no mercado.
DART
O último, mas não menos prestigiado
automóvel mostrado era o Dodge
Dart. Seguindo a sua linha de consumidores, era um modelo que atendia
aos que também prezavam luxo e conforto, sem menosprezar o aspecto
prático e econômico. Suas alterações lhe deixaram
bastante parecido com a versão norte-americana, o Dart
Swinger de 1974. Era oferecido na versão de duas e quatro portas.
Seu
interior recebeu melhoramentos: bancos e tecidos um pouco menos luxuosos
mas igualmente confortáveis. Possuía bancos individuais
com console no coupé (4 marchas), e banco inteiriço com
descansa braço no sedan (três marchas na coluna). Ambos tinham
como opcional a transmissão automática na coluna (Sedan)
ou console (coupé).
Apesar
das atualizações, a Chrysler ainda era criticada por suas
falhas em acabamentos. Alguns itens simples não eram disponíveis
nem como opcionais. Havia a falta do espelho de cortesia no para-sol,
esguichador elétrico, temporizador do limpador do para-brisas e
um desembaçador traseiro. Mesmo com estas deficiências, os
novos modelos asseguraram boas vendas em 1979.
O
INICIO DO FIM
No segundo semestre de 1979, a Volkswagen comprou
o restante das ações da Chrysler e os veículos Dodge
se tornam "Volkswagenwerk". Apesar das significativas mudanças
no controle da empresa, os automóveis Dodge foram mantidos praticamente
idênticos para 1980.
Apesar do temor do fim da produção
dos automóveis Dodge, a Volkswagen passava idéia contrária
em seus
anúncios publicitários. Hoje sabemos que a intenção
real era outra, mas na época, foi mantida a venda dos veículos
com anúncios negando o fim da linha Dodge.
Pequenas alterações externas foram
feitas nos modelos Charger e Magnum, que perderam acabamentos em 1980:
no R/T,
a pintura em dois tons e a veneziana lateral foram removidas. Já
o Magnum
80 passa a ter o mesmo acabamento lateral do LeBaron,
perdendo suas faixas, mas mantendo os frisos (esta é uma informação
que gera controvérsias, pois apesar das fotos em anúncios
de 1980 comprovarem a falta das faixas no Magnum, o Automobile YearBook
do mesmo ano informa que não houveram mudanças de acabamento)
No Dodge
Dart nenhuma mudança significativa ocorreu, mantinha-se opcionalmente
as rodas Rallye, como nos antigos Charger R/T 74-78. Apenas o Dart
Sedan recebia em algumas concessionárias um jogo de calotas
luxuosas, cobrindo toda a roda (a mesma dos antigos Gran Sedan).
Chegamos a 1981, o último ano da produção de automóveis
Dodge no Brasil. Temos que ter muito cuidado com informações
à respeito dos últimos modelos produzidos, já que
grande parte dos carros eram montados com sobras de estoques das peças
da fábrica. Alguns modelos 1981 foram vistos com o vidro térmico
traseiro, mas este item nunca constou oficialmente como opcional para
o nosso mercado. Sabe-se apenas, do uso deste acessório em alguns
modelos que foram exportados.
Aparentemente, a Volkswagen buscou atender à demanda dos consumidores
da época e dar um fim às críticas constantes das
revistas especializadas. Aproveitou seu estoque e passou a montar as últimas
unidades dos automóveis Dodge com o desembaçador do vidro
traseiro, temporizador e esquichador elétrico do limpador do para-brisas.
A série de modificações
iniciadas, em 1979, pela Chrysler em sua linha de automóveis Dodge,
marcou não só por mudanças de estilo, mas também
pelo início do fim de uma era: a dos motores V-8. Apesar do breve
retorno da Chrysler ao Brasil e de sua excepcional pickup Dakota R/T,
com o mesmo motor 318-V8, novamente caminhamos sozinhos para manter viva
a linha Dodge produzida no país.
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